No Brasil, a proporção de matrículas de estudantes declarados negros na graduação (pública mais privada; presencial mais a distância) subiu 27,5 pontos percentuais (p.p.) na comparação entre os anos de 2010 e 2019: de 10,7% para 38,2%. Enquanto isso, o crescimento da proporção de matrículas de estudantes declarados brancos foi de 22,7 p.p. no mesmo período: de 19,8% para 42,5%.
Os dados em questão foram apresentados no portal do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra), que usou como referência o Censo da Educação Superior, elaborado e divulgado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Segundo o que apontaram as notícias do Cedra, “a proporção de estudantes negros cresceu 4,8% a mais que a de brancos de 2010 a 2019”; e a taxa de declaração de cor-raça aumentou 51,5 p.p. na mesma base de comparação — em 2010, 68,5% dos matriculados na graduação do país não declararam raça, percentual que caiu para 17% em 2019.
Outro destaque feito pelo Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais foi em relação aos programas federais de financiamento estudantil: o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Segundo as conclusões do levantamento, eles tinham, em 2019, uma proporção um pouco maior de negros que de brancos.
“No ProUni, em 2019, havia 3,3 pontos percentuais (pp) a mais de negros que brancos; no Fies eram 5,2 pp a mais de negros”, especificou o Cedra. Já “nas bolsas das próprias instituições de ensino superior eram 2,2 pp a mais de brancos que negros”, acrescentou. A entidade também ressaltou que “de 2009 a 2019, a declaração de cor-raça de quem recebia financiamento na graduação em instituições privadas foi de cerca de 30% para 73%”.
Todos os destaques do Cedra sobre a respeito desse tema estão disponíveis no portal do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais.