Estudo quer descobrir a relação entre as atividades físicas e a intensidade dos sintomas da Covid-19

O sedentarismo possui relação com a intensidade dos sintomas da Covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus)? A resposta para essa questão é, justamente, o que busca saber um estudo brasileiro que está sendo realizado pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo (Incor) em parceria com pesquisadores de três universidades do País: a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

“Nós já sabemos a relação entre sedentarismo e algumas doenças crônicas como hipertensão, obesidade e diabetes, que são fatores de risco para a Covid-19. Queríamos entender se existe diferença no desfecho da doença [Covid-19] entre ativos e sedentários”, explicou o profissional de educação física, Marcelo Rodrigues dos Santos, que é um dos pesquisadores do Incor.

“Nossa hipótese é a de que pessoas fisicamente mais ativas tenham desfecho melhores”, acrescentou Santos.

A pesquisa está sendo realizada através de um questionário digital disponível neste link, que pode ser respondido por qualquer pessoa que tenha sido infectada pelo novo coronavírus. O documento ficará acessível até atingir a amostragem de 1061 respondentes.

Dentre as questões centrais do questionário estão a quantidade de atividade física ou exercícios praticados pelos pacientes de Covid-19 antes da contaminação pelo vírus, a intensidade dos sintomas, a necessidade e o tempo de internação, e a necessidade de utilização de respiradores, por exemplo.

Segundo Marcelo Rodrigues dos Santos, as descobertas do estudo do Incor podem ser utilizadas, inclusive, para nortear políticas públicas — “a gente vê em alguns países, que têm essa preocupação com a atividade física da população, a instalação de mais ciclovias do que vias para carros, mais parques públicos”, exemplificou o pesquisador.

As notícias são de que os resultados do estudo do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo devem sair nos próximos meses.